quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Veia Poética


No balanço de uma rede a gente sente o coração balançar. O balanço faz no vento movimento, e o frescor deixa o corpo viajar.

Acaba por ludibriar os pensamentos e a alma deixa o escopo e vai simbora passear.

É nessas horas que o racional evapora, os sentimentos afloram e as lágrimas vêm ao rosto encharcar.

Não é de tristeza não senhor! Bem até que eu tô. Mas chega uma hora que o peito fica apertado, e o que não cabe mais no baú do coração, usa as portas da alma para externar aquilo que não há mais como guardar com emoção.

Sei que essas rimas todas não são tradução fiel dos sentimentos guardados no peito. E mesmo assim, procurando sujeito e predicado, um arrudêio desgramado, só pra aliviar do seio, um tantinho assim da saudade, daquilo que já foi e dos outros que ainda nem veio.

Não preciso aqui de concordância entre verbo ou substantivo, nem ao menos seguir a tal da regra gramatical. Mesmo com opiniões contrárias, mas querendo enriquecer a prosa com expressões nossas, posso usar uma tal de licença literária.

Aproveitando o embalo, pra nós que é daqui desse lado de cá, segue a forma correta de como se deitar, naquela que os índios usavam e que até hoje a gente usa até pra rimar.

Modo correto para dormir de rede.




PS: Procurei a forma correta de DUAS pessoas dormirem de rede, mas não encontrei. Isso a gente vai treinando até encontrar o encaixe perfeito.
PS2: Pelas caridades, não confunda "Veia" com "Véia". Rsrsrsr...  






sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Entre Pesos e Medidas



Ando um tanto sem tempo para postar alguma coisa. Não é que esteja assim tão atarefada, ou que tenha ocorrido alguma mudança na minha rotina. Pelo contrário, acho que até estou com bastante tempo livre, a diferença é que estou tentando aproveita-lo da melhor maneira possível.

É tudo tão rápido e ao mesmo tempo, há coisas que demoram a acontecer. Tanto planos, sonhos... Tudo tão projetado para o futuro, para o amanhã, que por muitas vezes esquecemos-nos de dar a devida atenção ao hoje, ao agora!  Sabemos disso, é claro. Não estou aqui  narrando nenhuma novidade, mas, será que fazemos esse tipo de reflexão com a frequência necessária para que isso seja parte nós? Do nosso dia? Não sei vocês, mas quando começo a reclamar muito que não chego ao topo da montanha, lembro que o importante mesmo é a escalada.

Bem, tudo ao seu tempo. Já pensou se conseguíssemos tudo tão rápido quanto gostaríamos? E depois? O que viria? Vivemos de um modo que sempre queremos algo mais, aquilo que ainda não temos...É sempre assim! Após um ótimo almoço e uma conversa distraída sobre a taxa de suicídios nos países desenvolvidos, parei para pensar nisso.  
Tudo bem que isso não é uma forma de transferir a culpa de nossas frustrações pessoais e financeiras, um meio de dizer que “Há, prefiro passar anos trabalhando duro para alcançar a sucesso porque é mais interessante do que conseguir assim do dia pra noite. Damos mais valor assim.” Pode até ter sua parcela de razão, mas que eu, particularmente, ia adorar essa coisa de “da noite para o dia”, ia mesmo! :D

Enquanto isso, na sala da justiça, estamos postados sob a mesa de planejamento revendo o plano e ajustando às intempéries do ambiente externo.

Essa coisa de tempo é muito relativo. Nossa noção de passagem de tempo depende única e exclusividade da movimentação que ocorre ao nosso redor. Um mês parece um ano quando a saudade aperta nosso coraçãozinho apaixonado, mas um final de semana na praia em boa companhia ao se balançar numa rede parece que passam em apenas um piscar de olhos.

Então, continuamos seguindo o combinado. Cedo ou tarde as coisas acabam acontecendo.  Se não lutarmos para ter o futuro que queremos, vamos ter que aceitar o futuro que vier.